MUTIRÃO DE COMBATE AO CARAMUJO AFRICANO

O caramujo africano é uma espécie exótica introduzida no país e amplamente proriferada nos municípios brasileiros

O animal chegou ao Brasil na década de 80. Ele foi trazido, de forma ilegal, por produtores rurais, como uma alternativa mais rentável para substituir o escargot. Contudo, a iniciativa não foi bem-sucedida. Abandonado, ele se tornou uma espécie de praga que poucas pessoas sabem como combater. O molusco transmite a meningite eosinofílica, pois ele atua como hospedeiro intermediário de um verme, o Angiostrongylus Cantonensis, agente etiológico da doença.

De acordo com a Vigilância Sanitária, a melhor forma de controle do problema é por meio do envolvimento da comunidade, onde a população coleta os caramujos em seus quintais e da correta destinação. Essa espécie tem hábitos preferencialmente noturnos e torna-se muito ativa em dias nublados e úmidos, além de ser um animal resistente ao frio, ao calor e a períodos secos.

Saiba como realizar a coleta e a destinação correta:

  • Coletar os animais manualmente utilizando luvas descartáveis ou sacolas plásticas;
  • Colocar os animais em coletores próprios ou realizar a quebra das conchas e enterrá-los em valas profundas (+ 40cm), com um pouco de cal virgem no fundo e por cima;
  • Também pode adicionar água sanitária, cal, sal, água quente, visando a morte do animal e dos ovos, sendo que todo o procedimento deve ser feito por um adulto responsável;
  • Manter terrenos e residências limpas, sem acúmulo de entulho e vegetação;
  • Nunca se deve manter contato direto com o caramujo.

Ações da Prefeitura Municipal de João Monlevade

Mais de 360 residências nos bairros Laranjeiras e Metalúrgico foram visitadas no sábado (4), pelo mutirão realizado pela Prefeitura de João Monlevade para combater o caramujo africano. A iniciativa mobilizou as secretarias municipais de Saúde, Meio Ambiente, Obras e Serviços Urbanos, envolvendo 44 servidores.

Os dois bairros foram escolhidos por serem as comunidades com maior incidência de caramujos. No bairro Laranjeiras foram visitadas aproximadamente 250 casas, já no Metalúrgico cerca de 120. A maioria das visitas teve caráter orientativo, com os moradores sendo instruídos sobre as medidas a serem adotadas para combater o molusco.

Em alguns locais, os servidores da Prefeitura ajudaram os moradores a catar os caramujos. Foi o caso da dona de casa Rosângela Borges de Oliveira, 40. Quando os funcionários chegaram no endereço, ela explicou que no período de chuva a escada que dá acesso à sua casa fica infestada.

A supervisora de Endemias da Vigilância em Saúde do município (Visa), Renata Santos, esclareceu para a dona de casa que quando chove os ovos deixados pelos caramujos adultos eclodem, por isso o período chuvoso é o momento em que eles mais se reproduzem.

A forma mais eficiente de combatê-los é a catação. Após retirados do terreno, é necessário quebrar a concha do molusco e aplicar cal virgem sobre ele ou incinerá-lo. Para que os ovos colocados na terra não gerem novos caramujos é preciso jogar a cal também nos locais de infestação.

Rosângela Oliveira ficou satisfeita com as orientações. “Foi muito bom terem vindo. Eu tinha medo de mexer nesses bichos, mas eles explicaram como devemos fazer. Foi ótimo, está sendo uma benção a visita”, salientou.

Responsável pela coordenação do mutirão, a enfermeira da Visa, Patrícia Souza e Silva, considerou a ação um sucesso e destacou o papel da população no trabalho. “Visitamos muitas residências. O mais importante é que conseguimos orientar muitos moradores que não sabiam como lidar com o problema, sendo explicada a forma correta de catar e eliminar os caramujos”, concluiu.

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