Parque Ecológico do Areão, muito se fala, pouco se faz.

O Areão não precisa de uma Fundação, o Areão precisa que a Secretaria de Meio Ambiente tome uma postura mais ativa. Uma Fundação significaria ônus para o município em tempos de crises e pandemias.  (Parte I)

O meio ambiente é a comunidade da qual todos os seres vivos existem. Inclui a terra, a água, o ar e todas as espécies vivas nele. Muitas pessoas consideram o mundo natural como uma criação divina e acreditam ser essencial para a saúde e o bem-estar humano. Algumas pessoas também veem a proteção do meio ambiente como um dever moral. Nesse sentido, proteger o meio ambiente significa proteger a humanidade e o próprio planeta.

Por esta razão, muitos países promulgaram leis para preservar o meio ambiente. No entanto, essas políticas são controversas e impopulares. 

As políticas ambientais são difíceis de implementar na sociedade, quando o poder público não se posicionar de forma ativa e responsável, a sociedade só ficará com o papel coadjuvante na história. 

Como pedir para a sociedade ajudar se a administração não faz sua parte, ela continua a poluir nossos rios com o esgoto não tratado, nossas nascentes e cursos de águas com o descarte indevido do lixo urbano e nosso ar com a falta de fiscalização devida.

Exemplo da má gestão ambiental em nosso município é o Parque Ecológico do Areão, que foi tomado e fechado dos munícipes de João Monlevade, com a velha historinha de promessa na campanha política, “vamos transformar o Areão em um parque ecológico” , mas quando o propósito, não é dar certo, a coisa errada já começa é no poder público, na criação das leis.

Por que o Areão não tem sua área total como área de proteção permanente ou ambiental, e só um pedaço? Por que as administrações permitem as invasões ao seu entorno? Qual o papel da Secretaria de Meio Ambiente e outros órgãos fiscalizadores do município, neste contexto?

Em uma cidade de menos de 100 mil habitantes, qual o propósito ou finalidade de criar uma fundação para gerir um parque, menor que muitos sítios aqui de nossa cidade. Lembrando que uma Fundação tem o status de Secretaria Municipal, exemplo disso é a Fundação Casa de Cultura. A criação de uma nova fundação significaria mais gastos para a administração. Salientando que para captar recursos, existe o Fundo Municipal de Meio Ambiente, apto para isso, além da pessoal jurídica da própria Prefeitura Municipal que pode celebrar acordos e convênios para a chegada destes fundos em nossa cidade.

A criação desnecessária de mais um órgão público significa o inchaço da máquina pública, servindo com o único propósito de contemplar seus correligionários e apadrinhar seus filiados políticos em nossa cidade. Se uma Secretaria Municipal não consegue atingir os propósitos da sociedade. O que ela está fazendo? Qual o seu papel,

Entendo a problemática que é gerir um município e seus desafios. Mas, enquanto muitos vão ao Areão, com o único propósito de sair bem na foto, alegando ser ecologicamente corretos. Quem trabalhava de fato no Areão, não tinha água para beber, era obrigado a fazer suas necessidades fisiológicas no mato e não tinham os EPIs Equipamento de Proteção Individual corretos para o ambiente, onde inclusive há animais peçonhentos, como aranhas, escorpiões e cobras.  Sem falar da proliferação de carrapatos no parque, era isso que tinha que estar na foto, as condições precárias. 

E, porque até não desumanas, para o trabalho que tem como bandeira a sustentabilidade e a melhor qualidade de vida. Qual a qualidade de vida deste funcionário. E é assim, que começa o processo de desumanização, que é. transformar um ser humano em um ser desumano, como se fosse um animal qualquer.

Reconheço que algumas melhorias até mesmo que invocadas ou erradas foram feitas no local, mas afinal são dois anos de muito barulho e pouco serviço, muitos releases para a imprensa e poucas melhorias de fato para o Areão, que iremos abordar nas próximas semanas.

Esta matéria continua na próxima edição.

Marcelo Sputnik,  é ativista cultural e ambiental